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Campanha para o uso do cinto de segurança

Por muitos e muitos anos tenho acompanhado e lido  em jornais  e
revistas de grande circulação, brasileiras.

Hoje com mais freqüência do que antigamente, encontro  muitos artigos, reportagens, pesquisas,
estatísticas, etc.  sobre o trânsito, claro, por óbvios motivos.

Em todos estes artigos, os números sobre  acidentes, mortes, são
perfeitamente idôneos nas suas fontes e dignos das maiores reflexões a
respeito, por parte de quem se interessa por este assunto, tão atual.

Sou motorista há mais de 50 anos,  possuo a CNH desde os 18 anos de idade,
e nunca estive  envolvido, até hoje, em qualquer tipo de acidente. Sou
consultor de uma  empresa exportadora de tabaco, do centro do Estado  e,
em virtude deste fato, tenho viajado e dirigido veículos,  numa média de
30.000 km anuais, nestes últimos 15 anos.

Por este motivo, julgo-me em condições de dar um “palpite” sobre tudo o
que tem ocorrido, no trânsito, nestes últimos anos,  fruto de minha
observação diuturna. Mesmo por que as manchetes, diárias, são tantas e
tamanhas, que ninguém pode ignorá-las.  Realmente,  o que tenho lido e
visto me deixa estarrecido. O que se lê nos jornais, no que diz respeito
a  acidentes, mortes,  etc…, na minha opinião, parece muito pouco,
considerando as imprudências e as “loucuras” que, diariamente podemos
observar. DEUS, realmente, é brasileiro…

Todos sabem  que nossas rodovias estão em péssimas condições, com algumas
exceções que, no entanto, somente confirmam a regra,  e isto pode ser
aferido, facilmente, por quem as utiliza comumente. Mas, não é somente
isto. As péssimas rodovias são, somente, parte do problema.  Anualmente,
entram em circulação milhares e milhares de novos veículos, enquanto que
outros tantos jovens ou não tão jovens, recebem a sua primeira habilitação
para dirigir veículos automotores. Nem as estradas estão à altura deste
aumento de veículos e nem os jovens ou novel habilitados,  estão
preparados para enfrentar estas condições de trânsito.

Por quê ?

NINGUEM FALOU AINDA EM EDUCAÇAO…………… e,  este para mim, é o ” X “  do problema.

Hoje, com a melhora do padrão de vida dos brasileiros, e isto é um  fato,
a maioria das pessoas que tem emprego, portanto  recebem salários, com
carteira assinada ou não,  tem condições de adquirir o seu próprio
veículo, novo ou usado. E isto é notado, facilmente, basta olhar as
facilidades para a aquisição de carros, motos, etc..Os encartes sobre
vendas de veículos, publicados semanalmente, confirmam este declaração.
Outrossim, um jovem, que recém completou os 18 anos, pode,  com algumas
horas  teóricas e outras práticas, receber a sua CNH e, assim, está em
condições de sair dirigindo, por estradas inseguras, por vezes sem
acostamentos, totalmente diferentes daquelas  ruas  que ele encontrou quando
estava fazendo o curso para habilitar-se ao volante. Obviamente, esta
deficiência no  aprendizado acrescida da deficiência na educação, tanto da
escola quanto de sua casa, tem ocasionado , na maioria das  vezes, os
acidentes que todos nós lamentamos. Os jovens, na sua maioria, e isto não é
defeito, (aconteceu conosco, também) tem a facilidade de diminuir a
avaliação de risco.

Alem do mais, estes mesmos jovens, nunca ouviram  falar, em sua sala de
aula, sobre rudimentos do transito ou, se ouviram, o foi por comentários
sobre os acidentes que aparecem na mídia e, daí eles pensam naquela velha
máxima que todos nós já ouvimos algum dia……………… fato aconteceu
com ele, mas não vai acontecer comigo…….

O ideal,  seria que TODAS as escolas, desde o primeiro ano, tivessem,
durante 2 ou 3  dias por semana, até o término da sua formação,  aulas
sobre transito, educação sobre trânsito, moral, respeito ao outro
motorista e pedestre, legislação  e tudo o que uma pessoa, durante a sua
vida como motorista, encontra nas estradas e nas ruas das cidades.  Assim,
ele poderia aferir o que está certo ou errado, quando, futuramente,  na
direção do seu veiculo automotor, qualquer que seja. Creio ser isto muito
importante, pois, na próxima década, o Brasil, segundo das análises feitas
pelos doutos, terá uma das maiores frotas de veículos automotores, do
mundo……….

Pensemos  nisto, e quem sabe, poderemos influir, junto aos jornais,
revistas, entidades sociais, prefeituras, deputados estaduais, federais,
senadores, isto é, as forças vivas da nação,  para tentarmos influir,
junto ao  Ministério da Educação, Secretarias Estaduais e Municipais de
Educação, no que couber, para uma alteração no “curriculum escolar”.
Se tudo correr bem e com rapidez,  precisaremos de um tempo referente a, no
mínimo, uma geração,  para que os novos e os nem tão novos,  motoristas ,
aprendam  a respeitar os seus semelhantes, quando na direção dos veículos, e
não façam  as imprudências que, diariamente vemos nas estradas. Grande parte
dos acidentes noticiados, são ocasionados por falha humana, sendo a
imprudência a grande vilã.

Não adiantam campanhas sobre transito, reportagens  com fotos horríveis,
quase macabras, estatísticas, se as autoridades e a mídia, que puderem
influir positivamente sobre as autoridades.  Todos sabem que, noticias
dramáticas, drásticas, vendem jornais, revistas, etc…Mas, geralmente,
nada representam em educação, em alteração da forma de agir de um jovem.

Vamos fazer um “tour de force” recomendando  às autoridades da educação,
mais horas de aula sobre transito, desde o inicio da vida escolar do nosso
jovem e futuro motorista, pois, estes meninos/as  que começam a estudar,
certamente serão  motoristas assim que  atingirem a idade legal para pedir
a sua CNH.

Enviado por:  R Goldmann Farroupilha- RS

Por Glacir Gomes | Destaques, Educação | 10 de setembro de 2011